Sobre problemas e soluções

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Uma das coisas mais enervantes com que me deparo ao analisar questões políticas ou sociais são os incessantes apelos por soluções.

Geralmente, levas de pessoas interrompem uma explicação que mal compreenderam com a cantilena que “criticar é fácil”, e já exigindo soluções. Trata-se de uma inversão completa. Apresentar soluções é fácil. Identificar o problema é dificílimo!

Quando um bandido tem uma arma apontada para um cidadão, qualquer um sabe o que tem que ser feito. Mas quem teria identificado a gênese do problema nas leis penais brandas da década de 80, ou nas ideias da Escola de Frankfurt, décadas antes disso?

Na época a maioria certamente viu tais leis como uma “evolução” ante a repressão dos “anos de chumbo”. Por quê? Porque eles queriam a solução para o problema errado.

Quando um problema se agiganta, qualquer um pode vê-lo, mas poucas pessoas conseguem identifica-lo enquanto ele ainda está em germe.

Notem que o movimento revolucionário (esquerda, globalismo…) utiliza-se desse expediente rotineiramente.

Eles identificam um pseudo-problema social (gays, racismo, gordos, ecologia, covid, etc), martelam isso na cabeça da sociedade, e deixam as soluções virem organicamente.

Por isso a conspiração não precisa de controle centralizado na execução, apenas na formulação. Um gerente de empresa vê algo na mídia, acredita, e implementa as soluções em seu ambiente de trabalho. É o que ele sabe fazer, implementar, não analisar a ideia por trás.

Quando se identifica o cerne de um problema, e atinge-se razoável consenso social com relação a isso, a solução será implementada pelos “práticos”, que habitam os níveis intelectuais mais baixos de toda sociedade, e agem às cegas, com base na problemática que outros identificaram.

Jordan Peterson fala desse tipo de gente. “Se os deixassem sozinhos numa floresta com um machado na mão eles começariam a cortar árvores sem parar”. Eles precisam agir. Pensar não é com eles.

Todo “prático” trabalha de graça pra alguém ou algo que desconhece. É o que ele tem a oferecer.

Assim, quando vir alguém analisando um problema, se vc for alguém com intelecto desenvolvido, concentre-se em saber se é o problema certo. Se for um “prático”, um “fazedor”, pode sair reclamando por soluções

VICTOR METTA

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